A recomendação aos consumidores sobre as formas de pagamentos na Black Friday é que preferencialmente optem pelo cartão, em vez do boleto ou à vista
Por Marcia Mello
A Black Friday é uma data que já movimenta de maneira intensa todo o varejo no Brasil. Ela se tornou popular a partir de 2011, primeiramente no ambiente online, tendo contagiado depois as lojas físicas, estimuladas com tamanho barulho que o evento provocou com as fortes campanhas de marketing de grandes lojistas e milhares de ofertas de produtos com desconto elevado, atiçando o interesse dos consumidores.
Se no início havia uma verdadeira espera para a chegada da data – originalmente agendada para a quarta sexta-feira do mês de novembro (prática que veio dos Estados Unidos) –, hoje ela foi estendida por muitos varejistas para uma semana inteira ou até o mês todo no objetivo de aproveitar a atenção provocada no período.
Para ter ideia do movimento que provoca, a Global Payments, empresa de tecnologia de pagamentos, identificou que em 2017 as transações nas maquininhas e online no comércio aumentaram em 37% sobre a média de uma sexta-feira comum nos mais de 1,5 milhão de empresas clientes em 30 países (inclusive o Brasil). A Black Friday representa a segunda maior data no calendário do setor por aqui (primeira é o Natal), e atrai grande interesse pelos compradores para encontrar ofertas ditas “arrasadoras” e realizar o pagamento de forma segura, com o cartão de crédito.
Outro dado é o da Ebit/Nielsen, que identificou que em todo o varejo brasileiro, as vendas no ano passado significaram 15 vezes o registrado numa sexta-feira “normal” e acréscimo de 10% em relação à data mesma no ano anterior (2016). Para este ano as perspectivas continuam positivas, com estimativa de aumento de 15% no faturamento e de 6,4% em pedidos, segundo a consultoria. Espera-se que 88,6% dos e-consumidores (aqueles que já realizaram uma compra pela Internet) aproveitem as promoções.
Por isso, vale dizer que é muito importante as empresas estarem preparadas para trabalhar com uma boa estrutura de atendimento, oferecendo meios de pagamento convenientes a seus clientes e adequados para se manter operando com fluxo constante no período – sem riscos de perder venda, e muito menos a confiança do consumidor. Pois, além da oportunidade de venda avulsa, o lojista deve ter foco na chance de fidelização do cliente para poder crescer e alcançar maiores ganhos futuros, pensando na proximidade da data com as compras de fim de ano.
A recomendação aos consumidores sobre as formas de pagamentos é que preferencialmente optem pelo cartão, em vez do boleto ou à vista. Pois mesmo com todos os cuidados que se toma, não é impossível se deparar com algum problema como longo atraso na entrega ou tentativa de fraude, e assim há a possibilidade de pedir o cancelamento do pedido e estorno ao banco ou operadora do cartão do valor pago – sob análise do caso. Claro, antes disso, vale a dica: conheça a loja ou busque informações a respeito, veja sua reputação, para se assegurar da confiabilidade.
Uma pesquisa do site Reclame Aqui em relação à edição deste ano indicou que 46% dos brasileiros consideram a Black Friday parcialmente confiável. Então é bom estar com os olhos bem abertos na hora de clicar no botão “Comprar”. Mas o resultado demonstra que eles estão, ao mesmo tempo, mais atentos a cada ano que passa. Se ainda há ocorrências de golpes ou preços “enganosos”, também há melhor escolha de sites onde seu produto de desejo é anunciado.
As milhões e milhões de conexões estabelecidas por maquininhas reforçam a conveniência que o método de pagamento eletrônico traz para as compras, desde em pequenos pontos de venda a enormes lojas de departamento ou as virtuais em que o comprador nem precisa sair de casa para preencher sua sacola. E esse papel que o cartão representa se comprova nos números.
No primeiro semestre deste ano a participação desses cartões no consumo das famílias foram 2,3% a mais que o mesmo período em 2017, chegando a 34%, de acordo com a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).
Há um grande espaço a alcançar, pois ainda existe um público de 60 milhões de pessoas “desbancarizadas” no País, pelo dado do último IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), o que equivale a mais da metade da população economicamente ativa (110 milhões). Se o primeiro passo já foi dado pelo consumidor, para a decisão de compra, para que ela realmente se efetive depende da condição da loja em estar preparada para finalizá-la.
Boa Black Friday!
Marcia Mello é Presidente da Global Payments Brasil