O QUE MUDA NO SEU DIA A DIA com as novas regras do PIX

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tela de celular com o logo do pix

Veja o que muda no seu dia a dia com as novas regras do PIX para evitar problemas com limites, fraudes e contas suspeitas no meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros

Desde o início de novembro, novas regras para o PIX estão em vigor, trazendo mais segurança para os consumidores. A medida inclui limites para transações realizadas por dispositivos não cadastrados e um sistema de monitoramento que promete identificar atividades suspeitas. No entanto, muitos brasileiros ainda têm dúvidas sobre essas mudanças.

“É importante que o consumidor esteja informado para evitar problemas ao utilizar o PIX. Essas alterações foram pensadas para proteger os usuários contra fraudes, mas exigem atenção”, alerta Thiago Amaral Santos, sócio do Barcellos Tucunduva Advogados, especialista em meios de pagamentos e fintechs.

O que muda no seu dia a dia

Thiago Amaral Santos, sócio do Barcellos Tucunduva Advogados, especialista em meios de pagamentos e fintechs.
“As alterações foram pensadas para proteger os usuários contra fraudes, mas exigem atenção”, Thiago Amaral Santos

Uma das mudanças mais relevantes é o limite imposto às transações realizadas por dispositivos não cadastrados. Agora, porém, para estes, cada transação está limitada a R$ 200, e o limite diário não pode ultrapassar R$ 1.000.

“Essa regra tem como objetivo dificultar golpes, especialmente os que envolvem dispositivos roubados ou clonados. É uma proteção adicional para o consumidor”, explica Thiago.

Essas limitações, portanto, são automáticas e estão ativas em qualquer conta PIX. Para ampliar os valores, o consumidor precisa cadastrar previamente seu dispositivo junto à instituição financeira.

Dispositivo cadastrado: o que é e como fazer?

Um dispositivo cadastrado é aquele que o banco reconhece como confiável e autorizado pelo usuário. Isso é feito por meio de uma autenticação dupla, que envolve dados pessoais e senhas.

“Registrar o dispositivo é simples. Você pode fazer isso no próprio aplicativo do banco. Caso tenha trocado de celular, basta acessar o app pelo aparelho antigo para liberar o cadastro do novo dispositivo”, explica o especialista.

Se o consumidor não tiver mais acesso ao dispositivo antigo, contudo, o cadastro pode ser realizado diretamente no banco, o que pode levar mais tempo.

“É fundamental fazer o registro antes de se desfazer do celular antigo. Assim, você evita qualquer transtorno no uso do PIX no novo aparelho”, recomenda Thiago.

Monitoramento de transações: proteção extra para o consumidor

Outra novidade é o monitoramento contínuo das transações. A partir do histórico de pagamentos, o sistema avalia padrões de comportamento, como valores médios e horários habituais. Transações fora desse padrão podem ser bloqueadas temporariamente.

“Se o banco identificar algo fora do comum, como uma transferência muito alta comparada ao histórico, a transação será bloqueada até que o consumidor confirme a operação”, destaca o especialista.

Ele acrescenta que essa medida é preventiva e visa evitar que os consumidores sejam vítimas de fraudes. “Nesse caso, o consumidor deve ficar atento ao contato do banco, que solicitará apenas a confirmação do pagamento, sem pedir senhas ou dados sensíveis”, reforça.

Conta marcada como suspeita: o que isso significa?

Quando uma conta recebe muitas denúncias de fraude, ela pode ser marcada como suspeita no sistema do PIX. Isso impede que o titular realize transações até que a situação seja resolvida.

“É como se fosse uma ‘ficha suja’. Se uma conta for marcada como suspeita, ela será monitorada mais de perto pelas instituições financeiras e pode até ser encerrada”, explica Thiago.

Os consumidores que tiverem suas contas marcadas devem ser notificados pelo banco e orientados sobre como regularizar a situação.

Mecanismo Especial de Disputa (MED): uma ajuda em casos de fraude

Criado pelo Banco Central, o MED permite que vítimas de fraudes solicitem a devolução de valores. Apesar disso, os números mostram que apenas um terço dos pedidos é aceito.

“O MED é uma ferramenta valiosa, mas nem sempre o reembolso é garantido, especialmente se o dinheiro já tiver sido movimentado para outras contas. Ainda assim, é importante fazer o pedido, pois ele ajuda a identificar contas usadas por golpistas”, pontua o especialista.

As solicitações de estorno devem ser feitas diretamente no aplicativo do banco, e o consumidor precisa apresentar provas da fraude, como prints de conversas ou comprovantes de pagamento.

Atenção redobrada para evitar problemas

As novas regras do PIX representam um avanço na segurança dos consumidores, mas exigem mais atenção. Antes de realizar transações, certifique-se de que seu dispositivo está cadastrado e esteja atento ao histórico de suas movimentações.

“Planeje suas transações e informe o banco sempre que for realizar pagamentos fora do padrão. Com esses cuidados, você pode aproveitar o PIX de forma segura e eficiente”, conclui Thiago Amaral Santos.

Para mais informações sobre o PIX e outros temas de interesse do consumidor, acesse o site do Consumo em Pauta.

Na Mega Brasil

Para saber detalhes sobre o que muda no seu dia a dia com as novas regras do PIX, acesse a Rádio Mega Brasil Online nesta segunda (02/12), às 17 horas. Reapresentações de terça a sexta, no mesmo horário. No sábado e domingo, às 14 horas. A entrevista com Thiago Amaral Santos, sócio do Barcellos Tucunduva Advogados, especialista em meios de pagamentos e fintechs, pode ser acessada e baixada após entrar no ar pelo canal da Mega Brasil.

Texto: Angela Crespo

Imagens: Divulgação

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