SERÁ QUE AS COMPRAS ONLINE por crianças podem estar sabotando seu orçamento?

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compra online por criança

Compras online por crianças podem ser evitadas com ferramentas de controle e educação financeira. Saiba como prevenir e lidar com compras acidentais ou intencionais

Com o crescimento do acesso à internet, as compras online se tornaram cada vez mais fáceis. Essa praticidade, porém, trouxe um problema frequente para muitos pais: compras realizadas por crianças e adolescentes sem a devida autorização. Esses casos podem ocorrer de forma acidental ou intencional, mas ambos geram preocupações significativas, principalmente pelo impacto financeiro que podem causar no orçamento familiar.

Erlon Labatut, especialista em varejo e consultor de franquias, explica que o principal fator que facilita esse tipo de situação é a simplificação dos processos de compra. “Hoje, deixamos cartões de crédito e dados salvos nos dispositivos para ganhar tempo e facilitar nosso dia a dia. No entanto, essa praticidade acaba abrindo brechas para que crianças realizem transações, mesmo sem intenção”, alerta. Além disso, a curiosidade natural das crianças e a autonomia dada aos adolescentes em dispositivos como smartphones e tablets também contribuem para o problema. 

Entendendo as compras acidentais e intencionais

Erlon Labatut, especialista em varejo e consultor de franquias
“A curiosidade natural das crianças e a autonomia dada aos adolescentes em dispositivos como smartphones e tablets também contribuem para o problema”, Erlon Labatut

As compras acidentais acontecem quando uma criança realiza uma transação sem saber exatamente o que está fazendo. Isso é comum em aplicativos de jogos e plataformas de streaming, que muitas vezes utilizam mecânicas de compra simplificadas, como toques únicos. Já as compras intencionais são feitas por crianças mais velhas ou adolescentes que utilizam os dados dos pais para adquirir produtos ou serviços. “Em muitos casos, o adolescente sabe o que está fazendo e aproveita a ausência de barreiras para concluir a compra”, destaca Labatut. 

Como prevenir essas situações

A prevenção começa com diálogo e conscientização. Ensinar crianças e adolescentes sobre o valor do dinheiro e os impactos das compras no orçamento familiar é essencial. Contudo, a tecnologia oferece ferramentas eficazes para evitar surpresas indesejadas.

Uma das soluções mais simples é configurar a autenticação em dois fatores nos aplicativos e contas utilizadas por crianças. Essa medida exige uma confirmação adicional antes de concluir uma transação. “Ao ativar a autenticação, é enviado um código no celular ou e-mail, dificultando a realização de compras sem a permissão do responsável”, explica Labatut.

Os pais também podem desabilitar compras automáticas em dispositivos móveis, videogames e aplicativos de jogos. Algumas plataformas permitem bloquear transações ou exigir senhas para cada operação.

Além disso, aplicativos de controle parental oferecem recursos avançados para restringir acessos. Ferramentas como o Google Family Link e o Microsoft Family Safety permitem definir restrições de uso e monitorar atividades online. Ainda, plataformas como Google Play e Apple Store permitem desativar compras ou exigir senhas para transações.

“Essas ferramentas permitem limitar o uso de determinados sites, aplicativos ou até mesmo horários de navegação. São práticas acessíveis e muito eficazes. Algumas, no entanto, exigem um pouco de dedicação dos pais para configurá-los corretamente”, reforça o especialista.

Outra medida importante é a utilização de cartões de crédito virtuais com limites de gastos. Essa solução permite que os pais disponibilizem valores controlados para compras específicas, como lanches escolares, sem o risco de extrapolar o orçamento. 

Como lidar com compras já realizadas

Mesmo com precauções, os pais podem se deparar com situações em que compras foram realizadas. Ao identificar o problema, é essencial agir rapidamente:

  • Verifique os detalhes da transação: Entenda o que foi comprado, o valor e o método de pagamento utilizado.
  • Entre em contato com o varejista: Solicite o cancelamento ou reembolso da compra diretamente com a loja ou plataforma onde a transação ocorreu.
  • Exercite o direito de arrependimento: Compras online são protegidas pelo Código de Defesa do Consumidor, que garante a devolução do produto ou cancelamento do serviço em até 7 dias após a compra.
  • Implemente novas medidas preventivas: Reforce as configurações de segurança e certifique-se de que a situação não se repita.

Responsabilidade dos varejistas

Embora a maior parte da responsabilidade recaia sobre os pais, os varejistas também têm um papel importante na segurança das transações online. Erlon Labatut explica que existem tecnologias, como o sistema 3D Secure, que validam a identidade do comprador antes de concluir a operação. No entanto, ele alerta que essas ferramentas ainda são pouco utilizadas no Brasil devido ao impacto que podem ter na experiência de compra. “Quanto mais passos o cliente precisa seguir, maior a chance de desistência. Por isso, muitos varejistas optam por processos simplificados, mesmo sabendo do risco”, comenta.

Ainda assim, é essencial que as empresas ofereçam canais de atendimento acessíveis para resolver rapidamente problemas relacionados a compras realizadas por crianças. Além disso, manter políticas claras de reembolso e facilitar a comunicação com o consumidor são práticas que ajudam a minimizar conflitos.

 Educação financeira como solução

Mais do que prevenir compras acidentais, é fundamental preparar crianças e adolescentes para uma relação saudável com o dinheiro. A educação financeira deve começar em casa, com pais orientando sobre o valor das coisas e a importância de consumir com responsabilidade. “Muitas vezes, as crianças não têm noção das consequências das suas ações porque não foram ensinadas sobre os limites do consumo. Isso pode levar a prejuízos ainda maiores na vida adulta”, alerta Labatut.

Ele reforça que a educação para o consumo vai além das finanças, incluindo entender o que comprar, por que comprar e como pagar. “Estamos formando consumidores conscientes, capazes de tomar decisões equilibradas e evitar problemas futuros”, conclui.

Diálogo, educação e tecnologia

Evitar compras online por crianças é um desafio que exige a combinação de diálogo, educação e tecnologia. Os pais precisam estar atentos às configurações dos dispositivos, utilizar ferramentas de controle parental e ensinar os filhos sobre o impacto das suas escolhas. Do lado dos varejistas, práticas mais seguras e acessíveis ajudam a minimizar os riscos e garantir uma experiência de compra mais tranquila para todos.

O Consumo em Pauta continuará trazendo informações relevantes para ajudar consumidores a protegerem seus direitos e lidarem com os desafios do consumo digital. Acompanhe nossas publicações e mantenha-se informado.

 

Texto: Angela Crespo

Imagens: Divulgação/Freepik

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