O Banco Central lançou o PIX por aproximação, permitindo que consumidores realizem pagamentos apenas aproximando seus celulares ou smartwatches da maquininha, sem abrir o aplicativo do banco. Saiba como ativar, quais são os limites de transação e os cuidados necessários para utilizar essa novidade com segurança
Já é possível fazer pagamentos utilizando o PIX por aproximação, tornando os pagamentos ainda mais práticos. Os consumidores poderão realizar pagamentos apenas aproximando seus celulares ou dispositivos compatíveis da maquininha, sem a necessidade de abrir o aplicativo bancário ou digitar dados manualmente.
A novidade promete mais agilidade para consumidores e empresas, eliminando barreiras e tornando o PIX ainda mais acessível. No entanto, é essencial entender como essa tecnologia funciona e quais cuidados são necessários para evitar fraudes e golpes.
Como funciona o PIX por aproximação?
O PIX por aproximação. assim, utiliza a tecnologia NFC (Near Field Communication), que já está presente em diversos smartphones e smartwatches. Esse sistema permite a troca de informações entre dois dispositivos próximos, sem necessidade de conexão com a internet no momento da transação.
Para usar essa funcionalidade, o consumidor precisará:
- Ter um smartphone ou smartwatch com tecnologia NFC ativada;
- Cadastrar o PIX por aproximação no aplicativo do banco;
- Aproximar o dispositivo da máquina de pagamento;
- Confirmar a transação, caso o banco exija autenticação adicional.
Atualmente, a funcionalidade estará disponível apenas para dispositivos Android que utilizam Google Pay, já que Apple Pay e Samsung Pay ainda não estão autorizadas pelo Banco Central para intermediar pagamentos via PIX.
Benefícios do PIX por aproximação
A chegada do PIXi por aproximação traz diversas vantagens para o dia a dia dos consumidores:
- Rapidez – O pagamento ocorre em segundos, sem necessidade de digitar senhas ou abrir aplicativos;
- Facilidade de uso – Basta aproximar o dispositivo para concluir a compra;
- Acessibilidade – Ideal para quem busca praticidade em compras presenciais;
- Menos contato físico – Reduz o manuseio de dinheiro e o toque em maquininhas, uma preferência desde a pandemia;
- Maior aceitação – Como o PIX já é amplamente utilizado, essa função tende a ser rapidamente adotada pelo mercado.
Riscos e cuidados necessários
Apesar das vantagens, é fundamental que o consumidor fique atento a alguns pontos para evitar problemas de segurança. Como qualquer tecnologia financeira, o PIX por aproximação pode ser alvo de golpistas e fraudes.
Golpes com maquininhas adulteradas – Como o pagamento ocorre sem precisar abrir o app do banco, criminosos podem tentar enganar consumidores alterando valores ou utilizando maquininhas falsas. Sempre confira o valor antes de concluir a compra.
Pagamentos acidentais – Como o NFC permite a conexão automática entre dispositivos próximos, certifique-se de que seu celular ou smartwatch não esteja configurado para pagar sem sua autorização.
Roubo de dispositivos – Caso o celular seja furtado ou perdido, criminosos podem tentar usar o PIX por aproximação para realizar compras. O ideal, portanto, é ativar senhas, biometria e autenticação em dois fatores para garantir maior segurança.
Como se proteger ao usar o PIX por aproximação
- Para garantir uma experiência segura ao utilizar essa nova modalidade de pagamento, siga algumas boas práticas:
- Ative a autenticação necessária – Configure o sistema para exigir senha, biometria ou confirmação antes de cada pagamento;
- Desative o NFC quando não estiver em uso – Isso evita que pagamentos sejam feitos sem seu consentimento em locais movimentados;
- Revise os limites de transação – No aplicativo do banco, ajuste os valores máximos que podem ser pagos por aproximação;
- Acompanhe os extratos da conta – Verifique frequentemente suas transações para identificar qualquer pagamento não autorizado.
Integração do PIX com boletos bancários
Outra novidade anunciada pelo Banco Central é a integração do PIX com boletos. Desde 3 de fevereiro de 2025, os boletos passaram a incluir um QR Code exclusivo para pagamento via PIX. Essa mudança reduz o tempo de compensação e simplifica o processo de pagamento, eliminando, contudo, a necessidade de digitar código de barras manualmente.
Essa inovação atende tanto consumidores quanto empresas, permitindo que boletos sejam pagos instantaneamente, sem precisar esperar dias para a compensação do valor.
“O PIX transformou o sistema de pagamentos no Brasil ao proporcionar rapidez e facilidade de uso. A introdução do pagamento por aproximação e a integração com boletos reforçam essa revolução, tornando as transações ainda mais simples e eliminando barreiras convencionais”, explica Luiz Guardieiro, diretor de Receita da Portão 3 (P3), plataforma de gestão de despesas corporativas.
Limites e regulamentação do PIX por aproximação
As transações via PIX por aproximação terão um limite padronizado de R$ 500 por transação. No entanto, o consumidor poderá ajustar esse valor no aplicativo do banco, tanto para aumentar quanto para reduzir o limite diário de pagamentos.
As instituições financeiras devem disponibilizar essa nova funcionalidade, conforme regulamentação do Banco Central.
O futuro dos pagamentos instantâneos no Brasil
Desde seu lançamento em 2020, o PIX se tornou o meio de pagamento preferido de milhões de brasileiros. Em 2024, foram registradas mais de 63 bilhões de transações via PIX, consolidando-o, portanto, como um dos sistemas financeiros mais utilizados do país. Essas operações, contudo, movimentaram um total de R$ 26,5 trilhões, representando um crescimento de 54% em relação aos R$ 17,2 trilhões transacionados em 2023.
Com a chegada do PIX por aproximação e a integração com boletos bancários, o Brasil dá mais um passo na modernização dos pagamentos digitais. A tendência é que o uso do dinheiro em espécie continue caindo, enquanto transações digitais se tornem cada vez mais seguras e convenientes.
Seja para compras rápidas no dia a dia ou para pagamentos de contas, as novas funções do PIX prometem facilitar ainda mais a vida dos consumidores. No entanto, é essencial que cada usuário esteja atento à segurança para aproveitar essas inovações sem riscos.
Texto: Angela Crespo
Imagem: Reprodução Banco Central