Com a nova etiqueta do Inmetro, aparelhos de ar-condicionado eficientes ajudam os consumidores economizar nas contas de energia elétrica
Aparelhos de ar-condicionado mais eficientes são fundamentais na economia de energia. Assim, para auxiliar nesse processo, o Inmetro lançou nova Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence), que mostra os aparelhos mais eficientes.
Ela passa a valer a partir de 31 de dezembro deste ano. Entretanto, 92 modelos de oito fabricantes – que, de olho no mercado, não perderam tempo – já se anteciparam e estão utilizando a nova etiqueta em seus produtos. “Esse movimento de antecipação dos fabricantes é mais um exemplo de como o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) ajuda a promover a inovação tecnológica no país. Assim, pouco tempo depois da publicação da portaria atualizando o programa do Inmetro, em 2020, já havia produtos com os novos padrões”, afirma Danielle Assafin, pesquisadora do Inmetro e responsável pelo PBE para condicionadores de ar.
De acordo com a profissional, “essa nova classificação de eficiência energética é fundamental para que os consumidores possam diferenciar os produtos que atualmente são comercializados”. Portanto, um serviço totalmente voltado para beneficiar o consumidor.
Hoje em dia, a escala atual da etiqueta começa com a Letra A (na cor verde), com a qual são classificados a maioria dos produtos com tecnologia inverter e, mais claramente, os que consomem menos energia. A letra F (na cor vermelha) representa os aparelhos menos eficientes.
Ar-condicionado eficiente ajuda na economia
O aperfeiçoamento do PBE de condicionadores de ar trouxe mudanças importantes com a adoção de critérios mais rigorosos. Primeiramente, o consumo do aparelho passou a ser calculado por meio de um procedimento de ensaio em laboratório, que considera as especificidades do equipamento com compressor de rotação variável (“inverter”). Dessa maneira, a etiqueta passa a evidenciar a economia de energia dos modelos do tipo “inverter” frente àqueles com compressor de rotação fixa (“on-off”).
Além disso, o consumo de energia do aparelho passou a ser calculado para o ciclo de um ano, sendo considerado o número de horas em que é utilizado pelos consumidores brasileiros para cada temperatura do ano. Ar-condicionado eficiente ajuda na economia.
Para isso, o Inmetro se baseou na Pesquisa de Posses e Hábitos 2019, elaborada pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
Inverter e não inverter
Antes da atualização do programa, os aparelhos de ar-condicionado tipo inverter e não inverter eram ensaiados da mesma forma e classificados com critérios iguais, com os aparelhos configurados em carga total.
Em consequência disso, numa mesma classe A, por exemplo, conviviam aparelhos inverter e os não inverter; ainda que os primeiros sejam, em geral, mais econômicos. Ocorre, porém, que a característica dos condicionadores de ar inverter é justamente regular o fluxo de energia do sistema. Ou seja, ele altera a velocidade do compressor e, consequentemente, reduz o consumo de energia quando se detecta que o ambiente precisa de menos refrigeração ou aquecimento.
Com o aperfeiçoamento, os aparelhos inverter são submetidos ao método de carga parcial, o que evidenciará o ganho de eficiência que se tem com a utilização dessa tecnologia.
“Dessa forma, quando configuramos o aparelho em carga parcial, simulamos melhor o funcionamento do inverter e, com isso, obtemos um indicador de eficiência energética mais fidedigno”, explica Danielle. Ar-condicionado eficiente ajuda mesmo na economia. Ela ainda esclarece que a nova classificação de eficiência energética é fundamental para que os consumidores possam realmente diferenciar os produtos que atualmente são comercializados.
Para se ter ideia, segundo estudos apresentados pelos fabricantes, um aparelho de ar-condicionado inverter pode gerar 47% de economia no consumo de energia elétrica, o que é muito significativo na conta de energia elétrica.
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Ambiente agradável com economia
Os condicionadores de ar consumidos pelos brasileiros são essencialmente nacionais. Conforme a Eletros, associação que representa a indústria brasileira de eletrodomésticos, 98% dos aparelhos são produzidos no país pelas 14 fábricas situadas na Zona Franca de Manaus.
Em 2021, foram 4,9 milhões de aparelhos do tipo split e janela vendidos, sendo aproximadamente 50% deles do tipo inverter.
O aumento da comercialização dos modelos inverter, portanto, já era uma tendência dos últimos anos e a nova etiqueta do Inmetro permitirá ressaltar a economia de energia desses produtos frente aos modelos com compressor de rotação fixa. “Desde a publicação da portaria Inmetro com a revisão da etiqueta, o instituto passou a monitorar a evolução do mercado. Como era de se esperar, vem notando um importante salto na quantidade de modelos que já estão sendo disponibilizados pelos fornecedores nacionais em alinhamento à nova metodologia”, conclui Danielle.
Evolução da adesão dos fabricantes:
Data da Tabela | Modelos | Fornecedores |
25/08/2020 | 16 | 2 |
17/09/2020 | 18 | 3 |
10/11/2020 | 26 | 3 |
10/03/2021 | 32 | 3 |
04/06/2021 | 36 | 4 |
17/06/2021 | 43 | 4 |
29/10/2021 | 46 | 5 |
12/11/2021 | 56 | 6 |
01/12/2021 | 58 | 6 |
27/12/2021 | 60 | 6 |
17/02/2022 | 65 | 6 |
15/03/2022 | 79 | 7 |
01/04/2022 | 92 | 8 |
Geladeira antes dos ar-condicionado
A partir de 30 de junho de 2022, todas as geladeiras comercializadas no país também já deverão ser fabricadas ou importadas ostentando a nova Ence.
A etiqueta introduz as subclasses A+++, A++ e A+ para classificar os modelos que consomem, respectivamente, menos 30%, 20% e 10% de energia do que o tradicional “A”.
Com isso, o Inmetro vai destacar para o consumidor qual o refrigerador que realmente gasta menos energia e incentivar que a indústria implemente tecnologias em seus produtos para que se tornem mais eficientes.
Segundo o instituto, há um movimento entre os fabricantes nacionais, incentivados pela nova etiqueta, para o desenvolvimento de produtos de maior eficiência que, em breve, chegarão aos consumidores.
Finalmente, é importante esclarecer que o consumidor ainda poderá encontrar alguns modelos no varejo com a etiqueta antiga, desde que tenham sido fabricados anteriormente à data de 30 de junho deste ano. E mais: o varejo terá até um ano para passar a comercializar esses produtos.