O que gera a queima prematura da lâmpada são reatores de baixa qualidade que costumam estabilizar a corrente elétrica acima ou abaixo do necessárioPor Ronald Leptich
Quem nunca passou pela incômoda situação de ficar no escuro logo depois de acender a luz porque a lâmpada teve um defeito? Ou ainda foi obrigado a apertar várias vezes o interruptor até que a lâmpada fluorescente tubular finalmente funcionasse corretamente? A reação mais comum quando isto acontece é a de substituir a lâmpada ou a luminária, porém, em alguns casos, o problema pode estar em outro dispositivo: no reator.
Algumas pessoas nem sabem da existência do reator no sistema elétrico, entretanto ele é fundamental para as fluorescentes. É ele quem dá a partida de forma estabilizada na lâmpada, evitando cintilações na corrente, e, desta forma, não deixando que ela superaqueça ou tenha um funcionamento mais fraco que o normal.
Nas lâmpadas fluorescentes compactas, modelo menor que pode substituir tipos de incandescentes, o reator já vem embutido, porém nas tubulares, geralmente utilizadas em cozinhas e escritórios, é possível fazer a troca separada deste componente.
Nestes casos, é possível a utilização de uma lâmpada e de um reator de fabricantes diferentes, porém se algum destes não tiver uma boa qualidade, acabará prejudicando o funcionamento do outro, trazendo problemas ao usuário.
Reatores de baixa qualidade costumam estabilizar a corrente elétrica acima ou abaixo do necessário, o que gera a queima prematura da lâmpada no primeiro caso e a baixa emissão da luz no segundo. Vale lembrar que um aquecimento acima do normal prejudica o consumo, já que gera um gasto energético maior que o preciso, além de promover o risco de curtos-circuitos no produto e, consequentemente, até incêndios nos casos mais graves.
Para saber se o problema do seu sistema elétrico está na lâmpada não precisa ser um profissional da luminotécnica, basta observar qual o defeito dela. Se estiver emitindo uma luminosidade abaixo da esperada, mas ainda não tiver queimado, provavelmente o reator está passando uma baixa quantidade de corrente elétrica e precisa ser trocado. Na situação oposta, quando ele promove a passagem de uma corrente elétrica acima do normal, a lâmpada fluorescente apresenta manchas escuras em sua extremidade, além de ter sua vida útil reduzida.
A fim de evitar este tipo de situação, o consumidor precisa ficar atento ao produto que está utilizando. Marcas conhecidas trazem na embalagem informações importantes, como, por exemplo, o esquema de ligação e a voltagem, o que ajuda o comprador a instalar corretamente o sistema e a não adquirir um material inadequado para o fim que irá usá-lo. Utilizar lâmpadas e reatores sempre da mesma fabricante também costuma resultar em um melhor desempenho do sistema. Além disso, o selo de certificação do Inmetro precisa estar exposto de maneira visível, permitindo que quem compre tenha ciência a respeito da sua qualidade.
Nem sempre o problema do nosso sistema elétrico é tão óbvio quanto parece e, quando aparecem dificuldades, muitas pessoas acreditam que este é um assunto direcionado apenas para profissionais. Porém, com algumas dicas simples, é possível ter mais ciência do que acontece em seu sistema luminotécnico e, caso não dê para resolver o problema sozinho, ao menos é possível conversar com maior facilidade e propriedade com um profissional.
Ronald Leptich é gerente de Produto da Osram, formado em engenharia elétrica e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Hoje, atua no segmento de Iluminação Profissional.
Publicado em 05/03/2012
Atualizado em 18/05/2023
Uma resposta
Ola mesmo com a luminária montada certinho. O reator aquece e nao queima a lampada. Quando vejo o reator queima e a lampada não. oque sera.