O seguro popular para carro libera o uso de peças usadas para reparo de veículos sinistrados. Poderão adquirir o seguro proprietários de veículos com cinco a 20 anos de uso
No segundo semestre começará a ser comercializado o Seguro Auto Popular, para atender veículos com idades entre cinco e 20 anos de uso. Os critérios de operação foram divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), por meio da Resolução nº 336 do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP).
O novo seguro terá como principal característica a utilização de peças recondicionadas ou seminovas para reparo dos veículos – oriundas de empresas regulamentadas especializadas em desmontagem de veículos.
A norma define ainda que a cobertura do Seguro Auto Popular deverá compreender, no mínimo, a garantia de indenização por danos causados ao veículo por colisão. As seguradoras deverão, também, oferecer ao consumidor a opção entre a utilização de oficinas de livre escolha ou pertencentes à sua rede referenciada.
Quanto ao preço do novo seguro, ainda não é possível avaliar o percentual de redução do valor em relação ao produto tradicional. “Haverá um barateamento sim e essa redução será maior nas localidades onde o principal fator de indenizações por parte das seguradoras decorra de colisões de veículos”, informa Marcio Serôa de Araújo Coriolano, presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).
A regulamentação do Seguro Auto Popular é um importante avanço, sobretudo diante do atual cenário conjuntural do país, e poderá atender de cerca de 20 milhões de veículos (carros, motocicletas, ônibus e caminhões), aponta o presidente da CNseg. “A implementação da norma nesse momento de dificuldades de renda para o consumidor representa o entendimento da Susep de que é necessário ampliar o acesso da população à proteção de seu patrimônio.”
O executivo faz uma ressalva. Embora o fato seja positivo, há ainda a necessidade de aperfeiçoamento das diretrizes da resolução do CNSP, para que sejam atendidas as expectativas em relação ao novo produto por parte dos consumidores e dos canais de distribuição. Entre os pontos a serem aprimorados, Coriolano destaca a possibilidade de utilização de peças não originais que atendam às especificações técnicas dos fabricantes, permitindo, assim, maior penetração do produto. “A utilização somente de peças usadas obtidas junto às empresas de desmontagem de veículos poderá não ser suficiente para atender à demanda do mercado”, justificou o presidente da Confederação. Outra questão apontada pelo executivo é a possibilidade de utilização somente de oficinas integrantes de redes referenciadas das seguradoras. “Quando a seguradora oferece uma oficina referenciada para o reparo do veículo, é porque já atestou a qualidade dos serviços prestados pelo estabelecimento. Além disso, o valor tende a ser bem mais acessível, beneficiando o consumidor”, complementou Marcio Coriolano.
Com Assessoria de Imprensa da CNseg