Para comprar com segurança na Black Friday é preciso saber de quem se está comprando, printar todas as páginas da compra e olhar se o site oferece segurança
Saber como comprar com segurança na Black Friday deve estar no radar dos consumidores que vão aproveitar o dia de promoções para adquirir o que sonha, deseja ou necessita.
Quando se fala em segurança nas compras online, um dos principais cuidados é nunca clicar em links recebidos via serviços de mensagens ou e-mail. Em época de Black Friday, os golpistas acirram a criação de páginas espelhadas com as oficiais das lojas e ofertam promoções tentadoras. Ao acessar estes links, o consumidor pode comprar e pagar por um item que não será entregue ou ter capturado suas informações para serem usadas em fraudes (nome, CPF, dados do cartão).
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O que fazer se cair no golpe dos sites falsos. Esta é uma das dicas que Marco Antonio Araújo Júnior irá dar na entrevista ao programa Consumo em Pauta, comandado pela jornalista Angela Crespo.
Ele é advogado especialista em Direito do Consumidor, professor de Direito do Consumidor e Ética Profissional, diretor do Instituto Brasilcon, jurista do Grupo de Trabalho da Fundação Procon-SP, e ex-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/SP no período de 2013 a 2018.
“A única forma de se prevenir para não entrar em sites falsos é não acessar links enviados por e-mails, SMS ou aplicativos de mensagens. Se decidir ver a oferta, o melhor a fazer é copiar o endereço do link”, aponta o advogado.
Pagamentos
Outro cuidado que o consumidor deve fazer para comprar com segurança na Black Friday é com relação ao pagamento, alerta Araújo Júnior. Além de nunca passar a sua senha de acesso do banco ou digitá-la se alguém pedir, deve-se evitar pagar com boletos ou fazer transferências bancárias. “O ideal é usar o cartão de crédito virtual, que só pode ser usado em uma compra e tem um tempo pré-definido para uso”, aconselha o advogado.
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Para obter o cartão virtual, basta entrar no aplicativo do banco ou no internet banking e fazer a solicitação.
Caso a opção seja pelo boleto, explica o advogado e professor, “confira se no campo ‘cedente’ está o nome da empresa na qual você realizou a compra. Se não estiver, entre em contato com a empresa por telefone (procure o telefone na internet) e peça para confirmar se aquele boleto é válido. Nunca pague boletos emitidos em nome de pessoas físicas se a compra foi realizada em uma empresa”.
Passar informações pessoais por telefone
Se o consumidor receber ligação após efetuar a compra solicitando dados bancários ou senhas, ignore. Conforme Araújo Júnior, sites sérios não ligam para solicitar informações complementares. “Tudo tem de ser feito no ambiente virtual.”
Aliás, para comprar com segurança na Black Friday, outro detalhe fundamental é verificar se o site tem a indicação de um cadeado fechado. “Geralmente fica na parte inferior (as vezes fica do lado esquerdo e outras vezes do lado direito). Ele indica que as informações digitadas são criptografadas e, portanto, o risco de fraude é muito menor”, orienta o advogado.
Ele também indica que, se a compra for realizada por aplicativo, o cuidado deve ser em manter a última versão do aplicativo instalada. “Isso costuma minimizar o risco de fraudes” completa.
Outros cuidados para comprar com segurança na Black Friday
Ao definir qual produto irá adquirir, o consumidor deve tirar um “print” da tela do computador ou do celular ou fazer a impressão física. Isso porque, ele terá uma prova de que o produto foi anunciado e qual foi o preço informado. “Se receber um produto diferente, o consumidor terá direito a um abatimento no preço ou a devolução dos valores pagos, na íntegra, sempre à sua escolha.”
E antes de fechar qualquer compra não deixar de consultar o valor do frete para não ser surpreendido com preços absurdos.
Assim como checar se o preço no carrinho bate com o valor anunciado. Ou seja, o consumidor precisa ficar muito atento à questão do preço, pois, nas edições passadas da Black Friday, foram muitas as reclamações registradas nos Procons sobre esta questão. “Se não observou na hora da compra a diferença de preço, o consumidor tem direito de exigir que a diferença paga seja devolvida. A devolução deverá ser pelo mesmo meio que foi feito o pagamento, salvo se o consumidor aceitar que seja por meio diferente”, orienta Araújo Júnior.
Entrega das compras
Por falar em reclamações, entre as mais de 120 mil queixas registradas no Procon-SP sobre compras online somente no segundo semestre de 2020, os principais problemas estão a demora ou a não entrega do produto, além de questões de cobranças.
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Assim, se o prazo de entrega combinado na hora da compra não for cumprido, o advogado diz que o consumidor “poderá desistir ou exigir o cumprimento obrigatório da obrigação, sem prejuízo de buscar no Judiciário uma indenização por danos materiais e, em alguns casos, até por danos morais”.
Problemas: o que fazer
Se o consumidor tomou todos os cuidados para comprar com segurança na Black Friday e, mesmo assim, teve problemas que não conseguiu solucionar diretamente com a empresa, o caminho é registrar reclamação no site do Procon ou na Senacon (www.consumidor.gov.br). “Não deixe de fazer também um Boletim de Ocorrência na delegacia de polícia e, por último, entrar com uma ação por meio de um advogado de confiança.”
Para saber mais sobre os cuidados para comprar com segurança na Black Friday, acesse a Rádio Mega Brasil Online nesta segunda (23/11), às 16 horas. Reapresentações na terça, às 9 horas, e na quarta, às 20 horas.
