Este tabu, conforme Cláudia Forte, da AEF Brasil, precisa ser quebrado para superarmos nossa maior fragilidade, que é o consumo inconsequente e inconsciente
A importância da educação financeira para os brasileiros será explicada por Cláudia Forte, superintendente da AEF Brasil (Associação de Educação Financeira do Brasil). A entidade promove gratuitamente a educação financeira e previdenciária, contribuindo para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores.
Cláudia Forte é a entrevistada da jornalista Angela Crespo no programa Consumo em Pauta e destaca que a educação financeira, no Brasil, é “um assunto latente para um problema eminente que vivemos”, que é justamente a falta de educação para todas as idades para lidar com o dinheiro, trazendo sérias consequências à população, como o alto nível de endividamento e superendividamento.
Dinheiro: um tabu
“No Brasil, falar de dinheiro é um tabu, o que resulta em gerações extremamente endividadas”, destaca a superintendente da AEF Brasil. Ela coloca que este tabu tem de ser quebrado para que superemos nossa maior fragilidade, que é o consumo exacerbado, inconsequente e inconsciente. “Compramos sem planejamento, sem de fato haver a necessidade. Portanto, para mudarmos isso é determinante que se fale de dinheiro e de endividamento dentro de casa.”
E a conversa deve começar em família, envolvendo os pequenos, desmitificando a chatice do dinheiro. Precisamos eliminar o sentimento de que não ter dinheiro é vergonhoso, assim como é pecado ter dinheiro.
“A educação financeira, no Brasil,
é “um assunto latente para um
problema eminente que vivemos
Outro ponto que precisa ser trabalhado é o planejamento do uso do dinheiro. “O maior trauma das famílias é levar crianças ao supermercado, que fazem escândalos para que os pais comprem o que desejam. Este deveria ser um momento de exercício de como lidar com o dinheiro, ensiná-las a comparar preços, explicar por que um produto custa tanto e outro de marca diferente custa mais.”
Outro ensinamento, conforme a superintendente da AEF Brasil é mostrar que o dinheiro tem de ser valorizado e uma das formas é fazer com que seja identificada a diferença entre valor e preço. Valor, conforme Cláudia, é aquilo que é imputado no que compramos. Já preço, é quanto pagamos pelo o que compramos.
E é fundamental ensinar as crianças e as famílias a sonharem e terem projetos juntos. Como exemplo, ela cita a organização de umas férias, não importando o lugar e sim que todos sejam envolvidos no projeto. “Precisamos praticar o planejamento, é meio Guimarães Rosa: valorizar a trajetória e não a chegada”, pontua.
A superintende da AEF Brasil fala também na entrevista sobre a entrada do tema educação financeira nas escolas, como conteúdo transversal, que irá gerar conhecimento sobre planejamento financeiro. Outro ponto de destaque são os projetos desenvolvidos pela instituição voltados a professores, com cursos EAD, que poderão ajudá-los no desenvolvimento do tema nas escolas.
Para saber mais sobre educação financeira e as dicas de Cláudia Forte sobre o tema, acessa a Rádio Mega Brasil Online nesta segunda-feira (23/03), às 16 horas. Reapresentações na terça, às 9 horas, e na quarta, às 20 horas.