Dos entrevistados, 64% revelam que o desrespeito aos direitos dos consumidores aumentou com a crise gerada pela pandemia. A classe C foi a mais prejudicada
Pesquisa sobre como os brasileiros enxergam os direitos dos consumidores e quais suas maiores dificuldades e percepções quanto à sua defesa foi publicada pelo Idec neste Dia Mundial do Consumidor (15/03).
O estudo da ONG de defesa do consumidor revelou que para 64% dos entrevistados o desrespeito aos direitos dos consumidores aumentou com a crise gerada pela pandemia. Essa sensação foi maior entre os moradores do Sudeste e Nordeste (65%), e entre a população da classe C (66%).
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“Ainda não saímos da condição de incertezas sobre o futuro. Mas é impossível não notar que a situação que enfrentamos está entre as mais difíceis, principalmente para as populações mais vulneráveis. E, apesar de a classe política ter manifestado preocupação com os efeitos da crise, na hora de resolver dilemas entre consumidores e fornecedores as empresas saíram ganhando”, analisa a diretora executiva do Idec, Teresa Liporace.
Aliás, essa visão sobre a pouca atuação do poder público durante a pandemia também é compartilhada pela maioria da população. Para 52%, conforme o estudo do Idec, a avaliação sobre a atuação do governo em defesa dos direitos do consumidor é negativa: 28% entendem que o governo está se omitindo e 24% acreditam que ao invés de ajudar está prejudicando. Já para 35%, a avaliação é positiva: 25% acham que o governo está fazendo algum trabalho neste sentido e 10% avaliam que está trabalhando muito neste sentido. Outros 14% não tinham opinião sobre o assunto.
Quando perguntados se conhecem seus direitos como consumidores, a maioria expressiva dos mais de 1000 entrevistados da pesquisa declarou que tem algum conhecimento sobre direitos do consumidor (94%), mas apenas 15% das pessoas afirmaram que conhecem muito seus direitos. 6% disse que não tem esse conhecimento.
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Por outro lado, o nível de desrespeito aos direitos dos consumidores também foi abordado pela pesquisa: 67% dos entrevistados disseram já ter tido algum direito como consumidor desrespeitado, contra 29% que nunca sentiu. Os exemplos mais citados de desrespeito foram dificuldade de cancelar um serviço ou devolver/trocar um produto (19%); cobrança indevida (17%); venda de produto danificado, estragado ou alterado (15%); não oferta de nota fiscal ou garantia (14%); e atendimento inadequado (13%).
Assim, a maioria dos consumidores também declarou não se acomodar quando sente algum direito desrespeitado: 82% afirmaram que reclamam sempre (38%) ou na maioria das vezes (44%), contra 14% que reclamam poucas vezes e 4% de quem não reclama. Além disso, a sensação de resolução dos problemas é alta para aqueles que reclamam, já que 67% afirmaram que resolveram seus problemas em todas ou na maioria das vezes que reclamaram.
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A pesquisa inédita Idec/MultiFocus foi realizada entre os dias 21 de dezembro de 2020 e 13 de janeiro de 2021, como 1140 moradores de 436 cidades brasileiras, com idade entre 25 e 65 anos, das classes socioeconômicas A,B ou C.
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Fonte: Idec