Exames na mão, pedidos médicos, pagamento em dia, agendamento confirmado, nada disso obriga a Amil a realizar exames, que são dificultados ao máximo quando o custo é alto
Por três anos o plano de saúde da Amil dificulta a realização de exames caros para detectar a presença de câncer. Foi assim com meu pai, com minha mãe e agora comigo, que estou com um nódulo na tireóide. Para conseguir que liberassem os exames, usei meu nome, o nome dos veículos de imprensa que trabalhei e ameacei denunciar na imprensa o descaso. Somente assim me liberaram os exames por todas as vezes durante três anos.
Não, não acho que mentir é a melhor estratégia, mas foi a única que funcionou com a Amil, a única voz que ouviram foi a da ameaça. Exames na mão, pedidos médicos, pagamento em dia, agendamento confirmado, nada disso os obriga a realizar exames, que são dificultados ao máximo quando o custo é alto.
Estou certa em mentir? Não, não estou. Tive alternativa para ter meus direitos respeitados? Não, não tive. Pergunto: quantos casos semelhantes não existem e as pessoas acabam pagando por exames caríssimos que têm direito, ou, pior, acabam não tendo tratamento por recusa dos planos.
Seria muito mais simples se, simplesmente, os planos médicos, como a Amil, respeitassem nossos direitos e nos atendessem com a qualidade que merecemos diante de custos mensais altíssimos.
Não sei se cabe, mas não me faz bem ficar brigando e ameaçando, porém me faz mais mal ainda não poder tratar da saúde de quem mais amo.
Esta é uma denúncia e me coloco à disposição para dar entrevistas e testemunhos.
Quer dizer que sendo repórter consigo ser atendida, mas sendo cidadã não?
Mereço atenção como repórter, mas não mereço como gente, como paciente?
O pior é que, infelizmente, sei que voltará a acontecer assim que precisarmos de um exame caro. Esta é uma característica que define muito bem a Amil.
Triste, revoltante e vergonhoso.
Andrezza de Oliveira Queiroga, São Paulo, SP