ARTIGO: Barulho dos brinquedos põe em risco a audição dos pequenos

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Marcella Vidal chama a atenção para brinquedos com alto grau de ruídos, que podem fazer mal às crianças | Foto: Divulgação

O barulho dos brinquedos sonoros do tipo made in China, comprados em camelôs, por exemplo, podem emitir ruído acima do permitido por lei, que é de 85 decibéis

Por Marcella Vidal

Brinquedos que emitem sons podem ser muito perigosos para a audição das crianças. São carrinhos com sirenes, telefones, guitarras, aviões, dinossauros que rugem alto, jogos com explosões e tantos outros que encantam a criançada. É preciso que os pais redobrem a atenção na hora da compra. A escolha do que comprar não deve levar em conta só o desejo do filho, mas, principalmente, as condições de segurança. É importante observar se o brinquedo tem o selo do Inmetro como garantia de que o nível de ruído está dentro dos limites estabelecidos na legislação.

Na vida moderna, o barulho está por toda parte. Dentro de casa, é a televisão em alto volume, o liquidificador, o aspirador de pó, o secador de cabelos; e os brinquedos. Tudo isso ligado, no dia a dia, pode causar danos à audição. Os pais precisam estar conscientes disso e proteger seus filhos.

Brinquedos sonoros do tipo made in China, comprados em camelôs, por exemplo, podem emitir ruído acima do permitido por lei, que é de 85 decibéis. Um carrinho de polícia “pirata”, por exemplo, pode alcançar 120 decibéis de ruído. E o que isso representa? Só para se ter uma ideia, o barulho de uma motosserra pode chegar a 100 decibéis, e o de uma britadeira alcança 110 decibéis.

As crianças também estão expostas a ruídos, que podem ser danosos, ao brincarem com videogames e ao ouvirem música em volume alto, com fones de ouvido plugados a celulares ou por meio de aparelhagens de som. Em ambientes barulhentos, é aconselhável que os pequenos usem protetores auriculares, que podem ser feitos sob medida; mas é preciso avaliar a idade da criança para o uso.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ruídos que atingem 70 decibéis já são desagradáveis para o ouvido humano e, acima de 85 decibéis, podem começar a danificar o mecanismo da audição, dependendo do tempo e da frequência da exposição sonora. O manejo contínuo de um brinquedo com esse volume pode prejudicar para sempre a audição das crianças. As menores, de até três anos, são as mais afetadas. E, se elas têm a audição comprometida, isso pode afetar todo o seu desenvolvimento, inclusive o desempenho escolar.

Portanto, esteja atento na hora de comprar brinquedos. Garantir a segurança dos filhos, com certeza, não tem preço.

Marcella Vidal é fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, especialista em audiologia

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