Não há quem já não tenha sofrido um acidente de consumo, mesmo que pequeno, como cortar o dedo ao abrir uma lata de algum produto em conserva. O que pouca gente sabe é que registrar esse acidente em algum banco de dado pode ser benéfico para toda a população. Esses registros servem de base para a criação de regras e para o aprimoramento de produtos e serviços que não exponham o consumidor a risco.
No Brasil, quem faz o monitoramento dos acidentes de consumo é o Inmetro, que acaba de lançar o Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo (Sinmac), cujo objetivo é ampliar a participação do consumidor no registro de acidentes e estimular a melhoria da indústria nacional.
O Inmetro monitora casos de acidentes de consumo desde 2006, por meio do Banco de Dados de Acidentes de Consumo. Com o lançamento do Sinmac, será possível a consulta por qualquer cidade de relatórios e estatísticas de acidentes de consumo registrados no País, com filtros por tipo e classe de produto, estado e detalhes sobre os acidentes, além de análises e recomendações.
O novo sistema viabilizará a execução de ações focadas e direcionadas tanto por entidades públicas, órgãos de defesa do consumidor e indústria.
Pelos dados do Sinmac, produtos infantis aparecem como o grande vilão, com 14,84% de todos os registros desde 2006. Na sequência, aparelhos domésticos e similares (11,51%), seguido por embalagens (9,71%), alimentos (9,29%), e utensílios do lar (8,88%). Do total de todos os registros, 44,24% dos acidentados procuraram ajuda médica. Veja a lista completa. https://acidenteconsumo.inmetro.gov.br/
Aproveite para registrar seu acidente acessando http://www.inmetro.gov.br/consumidor/formulario_acidente.asp
Aperfeiçoamento
Os registros feitos pelos consumidores auxiliam o Instituto a aperfeiçoar a identificação de alguns produtos que oferecem mais risco à saúde e à segurança do consumidor, passando assim a priorizá-los na criação de regulamentos técnicos e programas de avaliação da conformidade compulsórios. Isso aconteceu, por exemplo, com escadas domésticas, berços infantis, cadeirinhas de bebê para automóvel, entre outros.
O Sinmac também estará à disposição de outros atores da sociedade, que poderão promover iniciativas diversas, como órgãos regulamentadores; entidades e órgãos públicos de defesa do consumidor; Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); os institutos estaduais de pesos e medidas – Ipem; e associações representativas de setores produtivos, que podem beneficiar-se das informações do Sinmac para melhoria de seus produtos e/ou serviços, detectando ainda nichos de mercado para sua atuação.
O aprimoramento do Sinmac é contínuo e novas possibilidades já estão sendo estudadas. Um exemplo: estimar quanto o tratamento de vítimas de acidentes de consumo custa aos cofres públicos do Brasil e quanto a incidência desses acidentes onera o Sistema Único de Saúde (SUS). Nos EUA, apenas em 2012, foram registrados cerca de 36 milhões de acidentes de consumo, que representaram gastos da ordem de US$ 1 trilhão para o país.
Fonte: Inmetro