Por que focar na atenção primária à saúde? Porque, sem dúvida, é melhor para o cidadão e melhor para a gestão do sistema de saúde, operadoras de saúde e até das empresas. Informação de qualidade pode evitar o desenvolvimento de doenças e problemas sérios
Por que focar na atenção primária à saúde? É o famoso ganha-ganha. Ganha o consumidor que por ter acesso à informação de qualidade pode não desenvolver uma doença séria. Ganha também o sistema de saúde, a operadora e até a empresa que gasta menos com tratamento e internação e, ainda, tem maior produtividade registrada nas companhias. Sem dúvida, uma estratégia inteligente e eficiente.
A pandemia do Coronavírus, além dos milhares de vítimas fatais que fez desde o seu início, vem, inegavelmente, provocando muitas reflexões sobre o modo de vida das pessoas, comunidades e organizações. Iniciativas visando a manutenção e a prevenção de saúde da população em geral e dos colaboradores no mundo corporativo se tornaram pautas igualmente bastante discutidas. Todo esse debate leva a um conceito divulgado no mundo inteiro, mas que, infelizmente, ainda é pouco empregado: a atenção primária à saúde (APS).
Acima de tudo, a atenção primária à saúde é a preocupação com o investimento em ações de prevenção de doenças e promoção de saúde. Dessa forma, traz benefícios para as pessoas que, muitas vezes, não chegam a desenvolver problemas mais sérios, e faz o sistema público de saúde e instituições privadas economizarem nos custos de tratamentos e até cirurgias. É bom incluir nessas organizações, as empresas que oferecem plano de saúde. Nelas, com efeito, cabe também iniciativas que busquem a qualidade de vida dos colaboradores, que, em contrapartida, manterão maior produtividade.
Por que focar na atenção primária à saúde?
Para falar sobre atenção primária à saúde, precisamos nos situar. Tudo, certamente, começou lá fora. Esse conceito foi usado pela primeira vez na Inglaterra, no início do século 20. Por meio do relatório chamado Dawson, lançou-se um modelo que já sugeria que os atendimentos da saúde seriam divididos, ao mesmo tempo, em primário, secundário, domiciliar e suplementar.
Inspirados nesse estudo, vários países, principalmente os desenvolvidos, criaram uma medida sistematizada de cuidados, com foco no entendimento das necessidades da população para, enfim, desenvolver estratégias e atender melhor a cada indivíduo.
Assim, a gestão dos serviços da saúde tornou possíveis ações para prevenir doenças, realizar diagnósticos mais precisos, providenciar tratamentos mais eficientes e promover a reabilitação de pacientes.
Aqui no Brasil, com a criação do Sistema Único de Saúde, na década de 1990, houve a incorporação do conceito da atenção básica para dar assistência médica à população. Mas, um conjunto de ações nos âmbitos individual e coletivo, abrangendo a promoção, a proteção e a manutenção da saúde, como defende o Ministério de Saúde do nosso país, cabe em qualquer estrutura profissional de saúde que trabalha para alcançar o bem-estar das pessoas.
Mudança de postura
Como brasileiros, temos certos hábitos difíceis de modificar. Porém, algumas mudanças são necessárias, como a adesão a uma cultura preventiva na área de saúde. Quanto mais ela estiver no dia a dia, na nossa realidade, melhor será para as questões da saúde.
Sempre se divulga e calcula que, ao investir em ações de prevenção de doenças e promoção de saúde, os custos diminuem significativamente.
Com a criação recente no país de dezenas de operadoras de saúde esse conceito parece estar embutido.
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Operadora Sami
Com exceção das urgências, procurar acompanhamento médico só quando se tem sintomas não é o mais adequado. Na verdade, desta forma, o paciente pula o primeiro nível de atenção no atendimento, que é, segundo o Ministério da Saúde, capaz de resolver 85% dos casos.
Para Vitor Asseituno, médico e presidente da Sami, “as operadoras de saúde precisam funcionar com uma boa gestão, que exige o diálogo entre todas as partes da atenção à saúde. Esses níveis de atenção precisam se integrar para fortalecer um único sistema, sendo essencial investir na eficiência de cada um deles”, explica. E ele destaca o outro lado da questão: “Os pacientes também precisam conhecer e se acostumar com planos de saúde que cuidam deles e acompanham sua saúde e bem-estar”.
A Sami é um exemplo de plano de saúde que trabalha com modelos de tratamento com foco na atenção primária e telemedicina. A estratégia propõe um time de atendimento voltado para cada paciente, que fica disponível 24 horas por dia. Ele ainda coordena o tratamento com outros médicos e avalia a necessidade de realizar certos tipos de procedimentos. Essa estratégia diminui custos de operação que encarecem os planos tradicionais.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tem mais de 700 operadoras de saúde em atividade no país.
Atenção secundária e terciária
Como falamos da atenção primária, também conhecida como atenção básica, aproveitamos para abordar a atenção secundária e a terciária.
Se a primária refere-se, antes de tudo, à busca de ações de prevenção de doenças e promoção de saúde, a atenção secundária é voltada para o atendimento urgente, como o hospitalar e ambulatorial. Já a atenção terciária é quando o paciente precisa de atendimento especializado ou tratamento. Ou seja, vai aumentando a complexidade dos casos.
Por Raquel Budow