O conceito de rastreabilidade de alimentos permite ao consumidor saber a origem e toda a trajetória percorrida pelo produto que consome, o que lhe confere segurança
Por Nilson Gasconi
Diante de notícias recentes e mediante a determinação da Anvisa pelo recolhimento de alimentos como, por exemplo, de um fabricante de extrato de tomate que enfrenta problemas de contaminação de um lote de seu produto com pêlo de rato, produtores de alimentícios podem considerar o fato como uma oportunidade para aprimorar seus processos e torná-los um diferencial competitivo em um mercado cada vez mais exigente.
O conceito de rastreabilidade de alimentos permite ao consumidor saber a origem e toda a trajetória percorrida pelo produto que consome, o que lhe confere segurança. Fornecedores e fabricantes, por consequência, podem oferecer um produto mais confiável e em concordância com padrões mais exigentes de qualidade. Investir em sistemas que tornem possível a visibilidade do produto de ponta a ponta na cadeia de suprimentos permite a identificação padronizada do produto. Isso se torna cada vez mais essencial, e são os primeiros passos para se ter um processo rastreável.
Há um padrão mundial, o Padrão Global de Rastreabilidade (GTS, na sigla em inglês), que é a premissa para que empresas acompanhem a trajetória e a exata localização de seus itens a qualquer momento em uma escala global – indiferentemente de quantas empresas estejam envolvidas ou de quantas fronteiras sejam cruzadas até chegar ao cliente final. Ele é formado por critérios que registram o passo a passo de cada etapa da cadeia produtiva, permitindo que a informação percorra o caminho para frente ou para trás na cadeia de abastecimento até que seja identificada a origem de um problema. É assim que um recall se torna eficiente e rápido, como deve ser no momento de detecção de contaminações.
Sistemas como o Padrão Global de Rastreabilidade GS1 possibilitam fazer esse acompanhamento e reassegurar aos consumidores que os produtos respeitam completamente seus desejos. Os padrões GS1 como, por exemplo, o código de barras, as etiquetas inteligentes (EPC/RFID) e os códigos bidimensionais, propiciam a rastreabilidade de alimentos e podem armazenar informações adicionais de um produto como data de produção, data de validade, número de lote etc. Adotar um padrão usado por mais de 800 empresas da Ásia, Europa e Américas representa um avanço mercadológico e de reputação à sua marca. Cada vez mais, as indústrias estão desenvolvendo programas de rastreabilidade voluntariamente com o fim de melhorar a eficiência de seus processos. A rastreabilidade é agora uma parte vital da cadeia de suprimentos.
Nilson Gasconi, assessor de negócios da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil