Para obter dinheiro a juros baixo, você pode dar seu imóvel como garantia de empréstimo. A advogada Daniele Akamine explica os detalhes desta operação e os cuidados a tomar
Dar um imóvel como garantia de empréstimo pode ser uma boa opção para quem precisa de dinheiro a custo baixo. Vários bancos disponibilizam esta linha de crédito. Entretanto, é imprescindível que o imóvel esteja registrado no próprio nome e, não necessariamente, precisa estar quitado.
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O valor do empréstimo pode ser empregado para qualquer fim. Ou seja, não precisa dizer para o banco no que ele será usado. Assim, pode ser utilizado para empreender um novo negócio, reformar o próprio imóvel, comprar outra propriedade e, até trocar dívidas caras que estão tirando o sono do inadimplente.
Como aderir a esta linha de crédito, conhecer as regras, ler o contrato são cuidados que devem ser tomados por quem busca este tipo de empréstimo.
Com o intuito de explicar tudo isso, a jornalista Angela Crespo conversa, no programa Consumo em Pauta, com Daniele Akamine, advogada da Akamines Advogados e Negócios Imobiliários e especialista em Economia da Construção Civil.
No momento em que o dono do imóvel se decide a utilizar esta linha de crédito, explica Daniele, é importante saber que a propriedade será transferida para o banco, mas ele continuará com a posse. Assim, poderá morar nele ou alugar, se for o caso.
Se acaso tiver mais de um imóvel, pode oferecer todos como garantia do empréstimo. “Mas é preciso ficar atento aos valores. Bancos e fintechs que aceitam imóvel como garantia de empréstimo limitam a 60% do valor das propriedades. Não é possível pegar mais do que isso”, explica a advogada. O valor mínimo é de R$ 30 mil.
Vantagens de dar o imóvel como garantia de empréstimo
“Com certeza são a taxa de juros e o tempo para pagar o empréstimo”, comenta Daniele. Os juros são inferiores até do crédito consignado. “Estão em torno de 0,89% ao mês. O empréstimo pessoal, como o cheque especial, é de aproximadamente 130% ao ano. Já o consignado, de 20% ao ano.” Outra vantagem é que o valor poderá ser pago em até 20 anos.
“Ou seja, quem está com dívidas caras e acumuladas e quer se livrar delas, pode optar por dar o imóvel como garantia de empréstimo e organizar sua vida financeira”, completa a advogada.
Mesmo que o interessado nesta linha de crédito esteja com o nome sujo, a depender da política de crédito de cada instituição financeira, poderá obter este tipo de empréstimo. Assim, o banco que está concedendo o crédito vai quitar as dívidas e o saldo será entregue para o dono do imóvel.
Quem ainda estiver pagando financiamento do imóvel também poderá usá-lo como garantia. O processo, explica Daniele, é o mesmo de quem tem dívida. Ou seja, o financiamento inicial é quitado e o saldo entregue a quem pediu o empréstimo. Mas a concessão do empréstimo vai depender da política da instituição financeira.
Inadimplência
Deve-se ter muita cautela ao dar o imóvel como garantia de empréstimo. Isso porque se deixar de pagar três parcelas, o bem irá a leilão. “Se no primeiro leilão ele não for vendido pelo valor de mercado, no segundo, será ofertado pelo valor da dívida”, destaca a advogada. Sendo vendido com valor acima da dívida, o saldo será entregue a que tem a posse do imóvel. Se for a menor, o ex-dono não terá de arcar com o saldo.
“É importante frisar que quando for feito o empréstimo, o dono do imóvel terá de arcar com as custas de cartório para a transferência da propriedade para o banco, assim como de avaliação do bem”, explica Daniele.
Ele terá novas despesas de registro do imóvel quando quitar o financiamento. Para tanto, receberá documento do banco, que deverá ser levando ao cartório de registro de imóvel para fazer a averbação e novamente ter a posse.
Para saber mais detalhes sobre como usar o imóvel como garantia de empréstimo, acesse a Rádio Mega Brasil Online, às 16 horas, nesta segunda (5/10). Reapresentações na terça, às 9 horas, e na quarta, às 20 horas.