Comprar imóvel na planta tem de ser de forma consciente e não se deixar levar pela emoção na hora de assinar o contrato. O imóvel negociado a longo prazo compromete um alto porcentual da renda durante vários anos
Desde 2015, tramita pelo Câmara dos Deputados dois projetos de lei para regulamentar e criar regras para os distratos (quando um consumidor desiste da compra em razão da dificuldade orçamentária ou preços elevados das construções) para quem comprar imóvel na planta. A parte mais polêmica dos projetos prevê aumento de 50% de multa para o comprador. Antes era em média 25% (retidos pela construtora).
“Ou seja, quem comprar imóvel na planta deixará uma parte maior do que pagou para as empresas como forma, segundo os deputados que defendem a proposta, de amenizar as perdas e impedir novos distratos, dando estabilidade econômica ao setor”, destaca Dori Boucault, consultor de relação de consumo e advogado especialista em direito do consumidor e do fornecedor.
Para quem busca realizar o sonho da casa própria utilizando alguma linha de crédito imobiliário deve-se atentar para diversos detalhes antes de fechar o negócio. “O comprometimento da renda e a documentação são algumas das etapas desse processo que merecem bastante atenção”, enfatiza Dori. Além é claro, por ser um compromisso de longo prazo impõe planejamento para não deixar de pagar a construção e tudo virar literalmente pó no meio do caminho se algo der errado ou se for surpreendido com um desemprego ou redução de ganhos em seus negócios, empresas, etc.
+ O que é importante saber antes de comprar um imóvel
+ Distrato de compra de imóvel é explicado por advogado
+ Vai comprar imóvel? Reserve dinheiro para o ITBI
+ Quer devolver o imóvel comprado na planta?
Para o especialista, comprar imóvel na planta tem de ser de forma consciente e não se deixar levar pela emoção na hora de assinar o contrato. O imóvel negociado a longo prazo compromete um alto porcentual da renda durante vários anos. “Até o final desse financiamento muitas coisas podem mudar”, lembra o advogado. O financiamento em longo prazo é a forma mais utilizada para adquirir um imóvel. De uma forma geral, 80% dos compradores escolhem o financiamento, outros 15% preferem financiar de forma direta com a incorporadora, dando uma boa parte do valor como entrada, e os 5% restantes optam pelo pagamento à vista ou em curto prazo. Para isso, o advogado aponta quais os cuidados na hora de comprar imóvel na planta:
-
Taxas de juros e prazos de pagamento – “Fuja dos abusos cometidos pelos bancos e para fechar o negócio com mais segurança peça o auxílio de um advogado especializado”, indica Dori. Os interessados em adquirir um imóvel devem fazer simulações de todos os financiamentos a fim de ter noção exata de quanto custará o valor final do imóvel pretendido.
-
Entrada e valores iniciais – poupe o máximo possível de gastos para que pelo menos 30% do valor do imóvel seja pago na entrada do financiamento. “Ajuda neste caso usar os recursos do FGTS que podem ser adicionados a esse valor”, recomenda o especialista.
-
De olho na renda – não comprometa mais do que 20% da sua renda mensal com as prestações.
-
Faça pesquisas antes – busque a menor taxa de juros oferecida pelas instituições bancarias.
-
Idoneidade da construtora – analise se vendedor, construtora ou incorporadora são idôneos. “Pesquise o histórico da construtora antes de fechar o negócio visite outros imóveis feitos pela mesma construtora e converse com os compradores”, aconselha Dori.
-
Regularização – verifique na prefeitura local se o imóvel se encontra regularizado no cadastro imobiliário.
-
Não compre com pressa – jamais compre um imóvel no mesmo dia em que foi visitar o stand, nem feche negócio em finais de semana ou feriados, mesmo se a oferta parecer imperdível. O ideal é analisar os detalhes do negócio em casa, sem pressão.
-
Reserva financeira – veja quanto será comprometido de sua renda. Simule eventuais casos de desemprego e, caso opte por comprar imóvel na planta, tenha sempre dinheiro extra na poupança para essas emergências.
-
Localização – importante saber onde fica a sua unidade dentro do condomínio para evitar problemas. “Quando ficam em andares baixos, próximos a área de lazer, não têm muita iluminação do sol ou podem estar em lugares barulhentos. Custam mais baratos justamente por isso”, alerta Dori Boucault.
-
Saiba onde vai morar – “Visite a infraestrutura no local, como escolas, supermercados, farmácias, clubes, lojas, para não ter que se deslocar muito e ter gasto com condução”, orienta o consultor financeiro.
- Custos extras – os gastos na compra de um imóvel não se limitam apenas a financiamentos ou aos valores das prestações. “Preocupe-se também com as taxas de transparências, taxas de encargos bancários e questões referentes à documentação para isso é necessário ter uma boa reserva financeira”, conclui Dori.
Fonte: Assessoria de Imprensa