Mais uma vez os medicamentos aumentaram de novo! Para comprar os remédios, o consumidor tem de ir mais fundo com a mão no bolso. O novo reajuste alcançou 10,89%. Podemos nos proteger?
Parece que o último aumento foi há pouco tempo. E, mesmo assim, os medicamentos subiram de preço de novo! Não chega a ser uma surpresa, mas o acréscimo no valor dos remédios sempre preocupa muito, principalmente para quem depende da sua utilização no dia a dia.
A mais recente tabela de preços pela Câmara de Regulamentação do Mercado de Medicamentos (Cmed) traz, desde 1º de abril deste ano, um reajuste de 10,89%, índice que, sem dúvida, impacta o orçamento de qualquer um.
O consumidor pode demorar um pouco mais para “engolir” os novos preços. Basta ter sorte: dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais das farmácias, esses aumentos nos preços dos medicamentos podem demorar meses para serem absorvidos pelas prateleiras. Alguns, talvez, nem se realizem. Vamos cruzar os dedos e tentar escapar das subidas vertiginosas dos preços dos remédios.
Mais uma vez os remédios subiram de preço!
Segundo Leandro Reimberg, advogado especialista em direito médico e da saúde, o consumidor tem como se defender dos aumentos dos remédios. “Se for abusivo, acima dos parâmetros traçados pelo governo, a pessoa pode solicitar o seu fornecimento ao Poder Judiciário. Ela deve procurar um advogado ou a defensoria pública”, resume.
Reimberg explica que também é necessário contatar um profissional especializado se o consumidor tiver o seu tratamento inviabilizado, se o reajuste tornar o uso do medicamento inviável. “O caso será estudado para a adoção das medidas cabíveis e garantia do acesso ao medicamento.”
Ele pontua que um paciente que utiliza medicamentos de alto custo pode solicitar ao seu plano de saúde ou ao SUS o seu fornecimento.
Quanto aos convênios médicos, há uma política entre a operadora do plano de saúde e as principais redes de farmácias para oferecer descontos na hora da compra.
Os processos não são fáceis. Mas sempre é bom frisar que o cidadão tem o direito à saúde garantido pela Constituição brasileira.
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+ Aplicativo permite receber remédios em casa a baixo custo
A palavra de ordem é economizar
Como os medicamentos são caros, economizar no bolso é fundamental. Com a ajuda da Proteste reunimos cinco dicas para ajudar o consumidor a não prejudicar seu tratamento nem seu bolso:
1 – Pesquise preços – Procure promoções que podem até cobrir os preços da concorrência. Depois de escolher um estabelecimento da sua preferência, faça um cadastro de fidelidade para ter acesso aos descontos. Outra opção é comprar online seus remédios;
2 – Dê preferência aos genéricos – Peça para seu médico fazer a prescrição pelo nome do princípio ativo, não pelo nome comercial, porque o genérico é mais barato. É bom comparar os valores do mesmo genérico de laboratórios diferentes;
3 – Cadastre-se no Programa Farmácia Popular – Se você tem hipertensão, diabetes ou asma pode receber medicamentos gratuitos. O programa oferece outros remédios com preços até 90% mais baixos. Basta ir a uma farmácia credenciada, apresentar a identidade e a receita, que não necessita ser de um médico do SUS;
4 – Utilize programas de fidelidade – Cadastre-se nos programas dos laboratórios aceitos em muitas farmácias; os descontos podem chegar a 70%. Se você é vinculado a um sindicato ou associação de classe profissional, veja se há parceria com alguma rede, o que também pode reduzir os preços dos medicamentos. Muitos estabelecimentos ainda dão descontos a usuários de alguns planos de saúde;
5 – Retire remédios gratuitos pelo SUS – O Ministério da Saúde disponibiliza medicamentos para muitas doenças. Só é preciso levar a receita nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que não precisa ser de um médico do SUS, e a identidade para retirá-los. Se necessitar de fármacos específicos para doenças crônicas e raras é possível se cadastrar no Programa de Medicamentos Excepcionais e obtê-los gratuitamente.
Compras online ajudam a fugir dos preços altos
A pandemia aumentou a compra online de muitos produtos, incluindo os medicamentos. “O período de isolamento levou boa parte do público a experimentar um novo hábito, o de se informar sobre os produtos de saúde pela internet, verificar as lojas onde eles saem mais em conta e proceder à compra virtual, que é extremamente segura caso seja feita em plataformas confiáveis”, afirma Diego Florenzano, gerente de Novos Negócios do marketplace de farmácias Consulta Remédios, plataforma que compara preços, mostra ofertas e traz informações sobre os medicamentos e produtos de saúde, perfumaria e beleza.
E, como estamos falando, para variar, em dinheiro. A Proteste divulgou, recentemente, a segunda edição da pesquisa de “Aspectos do Endividamento”. O item medicamento/farmácia ficou em quarto lugar dos produtos mais parcelados pelos consumidores (39%), ficando na frente até de vestimenta e entretenimento. O primeiro lugar ainda é do item alimentação/supermercado (65%), seguido pelos eletrodomésticos (54%) e eletrônicos (49%).
Por Raquel Budow